sábado, 3 de abril de 2010

O Poeta e a Andarilha

Vivia eu, poeta lânguido e demente,
A ouvir o ruído bem profundo
Do marulhar apaixonado, oriundo
Do rio sanguíneo a correr eternamente!

Vivia eu, poeta lascivo e vagabundo,
A provar do gosto amargo e latente
Da paixão! Até que, por uma indigente
Fui apaixonar-me! Por um ser imundo

Que me roubou as calças, as vestes
E o coração! Murmúrios: "Soubestes
Do Poeta enamorado da pedinte?",

E Riam! Como pudera eu, desvairado
Admirador do sexo descompromissado,
Casar-me com a feia moça sem dente?

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