sábado, 31 de outubro de 2009

Renasce

Á Gabi Favoretto



O monstruoso Ogro era perseguido aos arredores da alaranjada

Floresta, e as crianças lhe jogavam pedras e os jovens lhe enfincavam

Adagas e os caçadores com lanças lhe perfuravam! Em um dia

Tempestuoso, uma bela mulher com seus escuros cabelos do monstro

cuidou;


Tão formosa... Lobrigou o Ogro às lágrimas da garota a saltitarem,

Desesperadamente saiu a versar: “Sofre, cara amiga, Sofre pois é do

Coração um dia o Sofrer! Chora, Chora pois é da vida um dia o Penar!

Mas lembre-se amanhã ao alvorecer revigorante, sob a luz

Fulgurante, quando ao meu lado estiver a rir toda alegrada,


Que é também do coração e da vida se Reerguer!”

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Alvorecer

A Edvard Grieg

O manto obscurecido que cobre o firmamento foge aterrorizado
Pelo fulgurante alvorecer!A Lua, rainha da noite e das trevas,
É ostracizada pela veemente luz que agora vem alumiar as selvas
E os campos e a tundra e o pássaro a cantar revigorado!

E as águas do Vltava correm e nunca hão de voltar;
Sob suas margens está um belo errante heróico caçador,
Peer Gynt, a descansar! O límpido ofuscante rio dissipa seu furor
E suas lamúrias e a cela em que seu espírito estava a penar,
Dissipa as chagas retumbantes do cantar Solveiguiano

Encrustado na alma leviana iluminada aqui, neste novo dia, neste novo
Plano!

Morning Mood - Edvard Grieg

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Flor e o Louco

Vivo os sonhos desesperançosos e sonho
A vida repleta de amores e odes!
Vivo de ti exilado, tristonho,
Sonho-me ao lado de ti, bela Falaenopolis!

Flor dos meus devaneios que nunca de mim se ausente
Quando eu, assim for, cárcere deles! Que nunca de mim se aproxime
Enquanto vivo! Que nunca, imploro-lhe, abomine
A demência que lhe mantém viva, presente!
Que me ame no momento duradouro e ensandecido

E que me odeie quando por, ti, apaixonadamente estiver perdido!

Queima, arde, carvoeja e incinera!

Tragam todas as réguas para que se meça
O incomensurável! Reúnam todas as balanças
Para que se possa verificar a massa do indeterminado,
Do infinitésimo! Os barômetros, os dinamômetros,

Tragam todos os instrumentos, dos mais inimagináveis
Aos únicos, dos únicos aos raros, dos raros aos comuns;
E com toda essa criatividade tecnocrática ousem medir
O incinerar do meu coração,
Quantifiquem a reação e então declamem

Qual a entropia das cinzas do meu peito carvoejado!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Soneto Bruckneriano em Lá bemol menor

O Que seriam os poetas senão avatares personificados Da Poesia?
E o que seriam os músicos senão personificações avatarizadas
Da Música? os poetas são O Poeta, e os músicos são O Músico, e os
poetas-músicos o Poeta-Músico, e o arquiteto é o Arquiteto
[e os arquitetos-músicos-poetas o Músico-Poeta-Arquiteto!].

E o poeta é como um velho pesquisador em Alexandria:
Transcreve a velha poesia dos velhos livros em um
Transe insubconsciente! E o músico é aquele que transpõe as melodias e
Harmonias do tom imortal sustenido dobrado bemol menor ao célebre
Humano dó maior! Somos os quartz infinitésimos de nós mesmos,

Imersos no éter divino, unicamente os próprios, similarmente únicos!

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