sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Não me vistes ?

Ora te amo, Ora te odeio,
Ora te odeio, Ora te amo!
E te amo quando acaricio teu seio,
E te odeio quando surda ao meu reclamo!

Mas, quando surda também te amo,
E no teu seio também te odeio;
Te odeio quando por ti chamo,
E não me ouves, nem quando gorjeio!

Não sei se te quero distante,
Ou se te quero aqui bem perto...
Sei que te quero, e que te quero bastante!

E amo esse destino incerto:
Ora te odeio, Ora te desejo!
Ora teu desprezo, Ora teu beijo!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Zazen

Sentia fortemente a pulsar em minha aorta
O Dissolver da palavra inteira!
Desespero, parecia toda a carreira
Futura de poeta estar morta!

Vibravam, la no fundo, os sonhos
Estilhaçados pelo silêncio arrebatador!
E todos meus "eus" ficavam tristonhos
Ao perceberem a sombra do buddha interior!

Sonhos: Não mais os tenho!
Nem saberia como explicar
Como essa inania verbal há de me agradar!

Como há de o poeta ferrenho,
A mente e a palavra abandonar
E, quieto, continua, aqui-agora, a versar?

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