quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

To Jambrate

Fodo-te, fodo tua prima e tua irmã,
Fodo desde as magras às mais enxutas,
Fodo as santas, as galinhas e as putas
E se um dia puder, fodo até uma anã!

Aqui em minha terra querida, foder é jambrar!
E jambro com todas as mulheres: Inglesas,
Alemãs, Argentinas, Tchecas, Holandesas,
Jambro a noite inteira até o sol raiar!

Mas queria mesmo era repousar
Dentro de ti! Adormecer em sua entranha
E depois de uma noite voluptuosa acordar

Compenetrado em teu belo ser,
Queria os teus belos Lábios comer
E regozijar nessa lasciva campanha!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Meu frágil corpo!

Como pode o ser com o corpo em desordem
Subir aos picos existenciais mais altos,
Dar os espirituais saltos
Quando as dores sua carne lhe corroem ?

Enxaqueca, Febres que lhe ardem
Tão lá no fundo do espírito,
E é sabido que não é nenhum mito
Que as dores a iluminação tardem!

A Fome e os súbitos Devaneios
Provenientes da pressão baixa, do enleio
Intrínseco das doenças de meu corpo fraco!

Sinto que de fato jovem morrerei,
Desolado pela Morte a me abraçar, farei
Do pesar um eterno deleite opaco!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Volúpia Viciosa

Vício que me consome, que me come,
Que me ama, que me odeia, que me completa!
Sou esse vicioso que é também asceta,
Que se entrega ao amor e à fome!

Amo esse vício irremediável em amar
As vicissitudes das paixões que não se dão,
Que vivem a errar mortas no chão
e nunca sobem bem alto ao céu para voar!

Sou pecaminoso ao olhar para esse teu belo corpo
De bailarina toda formosa, que me deixa entorpo
E agita essa vil lascividade pomposa...

Sonho com as tuas, amarradas às minhas, pernas,
Tua boca me beija, tuas carícias tão ternas!
Ah como queria consumir essa bailarina viçosa!

domingo, 29 de novembro de 2009

Primórdio

Noite! Ergo meus longos braços e toco a luridez lunar!

Lua! Atravesso os campos floridos em busca de ti

Falaenopolis! Ouço essa retumbante nota Mí

E estilhaço A Forma, expandindo-me dilacero O Sonhar!


A Forma, nunca encontrada por ninguém a errar

No Mundo, conjunção do Espaço e do Tempo

E da Quintessência, que em sua mais pura Constituição

É a abreviatura de toda a Criação e de todo O Movimento

Da Estase que anda pelos Ermos a pregar a Vacuodificação


Do Ser, este Eu Apaixonado Pelo Substantivo Singular!

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

“A luz que nunca foi lampejo”

Desolado, sou o rio que nunca chega a ser mar, a semente
Ainda não germinada! Ouço nosso amor como esse
Acorde dominante tensionado sem resolução,
Como as mais belas palavras mudas que nunca se pronunciarão!

A queda que não se concretiza, a volúpia não consumida,
A explosão solar que nunca chega a ser faísca! Vislumbro essa
Paixão como o cego que vive a imaginar o cálido toque de sua mão!
E Meu beijo, junto ao teu, produz em um breve momento
O ápice da paixão que jaz morto na estase do nada. Somos a

Memória ainda não gravada, a lágrima não derramada, as confissões
irreveladas!

sábado, 31 de outubro de 2009

Renasce

Á Gabi Favoretto



O monstruoso Ogro era perseguido aos arredores da alaranjada

Floresta, e as crianças lhe jogavam pedras e os jovens lhe enfincavam

Adagas e os caçadores com lanças lhe perfuravam! Em um dia

Tempestuoso, uma bela mulher com seus escuros cabelos do monstro

cuidou;


Tão formosa... Lobrigou o Ogro às lágrimas da garota a saltitarem,

Desesperadamente saiu a versar: “Sofre, cara amiga, Sofre pois é do

Coração um dia o Sofrer! Chora, Chora pois é da vida um dia o Penar!

Mas lembre-se amanhã ao alvorecer revigorante, sob a luz

Fulgurante, quando ao meu lado estiver a rir toda alegrada,


Que é também do coração e da vida se Reerguer!”

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Alvorecer

A Edvard Grieg

O manto obscurecido que cobre o firmamento foge aterrorizado
Pelo fulgurante alvorecer!A Lua, rainha da noite e das trevas,
É ostracizada pela veemente luz que agora vem alumiar as selvas
E os campos e a tundra e o pássaro a cantar revigorado!

E as águas do Vltava correm e nunca hão de voltar;
Sob suas margens está um belo errante heróico caçador,
Peer Gynt, a descansar! O límpido ofuscante rio dissipa seu furor
E suas lamúrias e a cela em que seu espírito estava a penar,
Dissipa as chagas retumbantes do cantar Solveiguiano

Encrustado na alma leviana iluminada aqui, neste novo dia, neste novo
Plano!

Morning Mood - Edvard Grieg

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A Flor e o Louco

Vivo os sonhos desesperançosos e sonho
A vida repleta de amores e odes!
Vivo de ti exilado, tristonho,
Sonho-me ao lado de ti, bela Falaenopolis!

Flor dos meus devaneios que nunca de mim se ausente
Quando eu, assim for, cárcere deles! Que nunca de mim se aproxime
Enquanto vivo! Que nunca, imploro-lhe, abomine
A demência que lhe mantém viva, presente!
Que me ame no momento duradouro e ensandecido

E que me odeie quando por, ti, apaixonadamente estiver perdido!

Queima, arde, carvoeja e incinera!

Tragam todas as réguas para que se meça
O incomensurável! Reúnam todas as balanças
Para que se possa verificar a massa do indeterminado,
Do infinitésimo! Os barômetros, os dinamômetros,

Tragam todos os instrumentos, dos mais inimagináveis
Aos únicos, dos únicos aos raros, dos raros aos comuns;
E com toda essa criatividade tecnocrática ousem medir
O incinerar do meu coração,
Quantifiquem a reação e então declamem

Qual a entropia das cinzas do meu peito carvoejado!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Soneto Bruckneriano em Lá bemol menor

O Que seriam os poetas senão avatares personificados Da Poesia?
E o que seriam os músicos senão personificações avatarizadas
Da Música? os poetas são O Poeta, e os músicos são O Músico, e os
poetas-músicos o Poeta-Músico, e o arquiteto é o Arquiteto
[e os arquitetos-músicos-poetas o Músico-Poeta-Arquiteto!].

E o poeta é como um velho pesquisador em Alexandria:
Transcreve a velha poesia dos velhos livros em um
Transe insubconsciente! E o músico é aquele que transpõe as melodias e
Harmonias do tom imortal sustenido dobrado bemol menor ao célebre
Humano dó maior! Somos os quartz infinitésimos de nós mesmos,

Imersos no éter divino, unicamente os próprios, similarmente únicos!

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