terça-feira, 19 de janeiro de 2010

"Feux Follets"

Cintilavam as pequenas bolhas de vapor
No obscuro pântano em que a caminhar
Estava! Ludibriavam-me, e vou fogo-fatuar
Ao lado delas, combustões insanas do torpor!

Levam-me por caminhos de horror,
E caminho a trilha que me faz rememorar
Minha sanidade, meus medos, meu Amor;
Flores, Harpas, Violinos e seu fúlgido Olhar!

Revelam belos jardins existenciais
Em meio ao temível não-conforto
Da lama e do odor; estranhos roseirais

Desabrochando ao lado do homem aborto
A quem lobrigo nos espelhos akáshicos comunais!
Florescem as Sensações! Hiperestesia... Estou Morto!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Duplo-Soneto da Efervescência

- I

Fui ao encontro do teu Gélido
Mar, com o desejo de apagar
Esta chama que vive a queimar
Este meu ansioso peito Cálido!

Nas águas então, achei o sereno
Amor que me davas! A Paixão
Plena e bela, oriunda da conjunção
Dos nossos amores helenos! Pleno

Eu agora me sentia, a incinerar
A água que me encobria,
Que agora a me esquentar

Apaixonadamente perdida, vivia!
Floresci à explosão astral pelo ar,
Cintilações duais! Amada, eu te sentia!

- II

E também sentia o teu Amor,
Tão perto de mim embora tão distante;
Queria ser esse ser assim, errante,
Para que pudesse beber de teu Calor!

Mas bebia apenas da abençoada
Água ardente da Saudade,
E a saudade ardente da Deidade
Querida, desejada, ostracizada,

Fervia lá dentro, bem no fundo
Desse coração incendiado
Pelas chagas de um lugar imundo

Em Que havia me trancafiado!
Sou agora este tolo sitibundo
Que bebe do mar, por ti, desesperado!

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Roubei-lhe o Coração!

- Fitei-te! Bela, muito bela e sensual
Mostrava-te! Quis te roubar as ternas
Mãos e os seios e os lábios e as pernas,
Furtar-te inteira, todo teu corpo bestial!

O alvoroço começou na taberna:
- Perdoa-me, mas é um infortúnio pessoal
Que eu tenha que, de forma natural,
Arrancar-lhe a tua parte que é verna!

Segui minhas próprias palavras de forma literal,
Dilacerei-te toda com minha afiada e cordial
Adaga! Joguei-te toda la fora, dentro da cisterna,

Guardei-te apenas o coração austral,
Esse por quem me apaixonei de forma torrencial;
Lágrimas e gritos ecoavam: Amo-te Maviosa Ernna !

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